lugares

hoje tenho saudades de lugares.

apetecia-me levar com o vento gelado das praias de Viana, sentar-me um bocadinho na areia descalça e sentir o frio, depois desatar a correr num frenesim e cair. aleijar os pés nas rochas. apetecia-me percorrer as ruas da cidade num sábado de manhã cheio de sol, cheira a bolos e a café. sentar-me nos degraus dos arcos e ver pessoas. apetecia-me perder-me nas ruas e ruinhas de pedra, ver meninos a jogar à bola no meio da rua e senhores velhotes que dizem bom dia e boa tarde até ir buscar pão quente ao vizinho. apetecia-me sentir o meu quarto como meu e desarrumar caixas de papéis, cartas e fotografias antigas. hoje apetece-me perder-me em recordações.

ele volta para nós

.

Carnevale

espontâneodespreocupadomágicobelosolsorrisosvestidosamigoseosoutrosqueficaramamigoscorescriançasmúsicaespectáculocorridasfelizVenezafotosserdançarnósmáscarasencantadavozesdocestangotropeçarsentidoscomboioscorredoresruasSuonorafloresprincesascavalo

mergulho num prisma diferente

Bothanica

odeiam-te, desejam-te. não te livras dos olhares que te petreficam. ficas aí exposta nessa prâmide de espelhos. Encarcerada.

presa, subjugada neste quadro infinito, imortal, neste cenário de sufoco, nesta imagem dela que é minha e me absorve mais. toco-me percorro-me contigo comigo. desaparece. somos quatro ou o mundo, somos duas, somos uma, natura. preciso de respirar por um segundo, não te quero reflexo. um arco de braços num mergulho simétrico no céu e no inferno sendo tu sou eu, sou rosa, pétala, raíz, sou bicho, sou deusa e sereia, esfumo-me em mim em ti, qualquer uma de nós e rastejo na imagem de mim.

simétrico ansioso, sensual. sou o interior da Terra, sou lava que te persegue e te queima as veias, sou a ilusão e o intocável, sou o corpo que sonhas abraçar, sou o que não se pode igualar, sou tu cristalizada em imagem atroz, não me podes deixar. sou eu a algema que te mata e te mostra a vida. parasita. eles olham para mim que sou utopia, sou desejo, sou círculo de eternidade que te esmaga.

arrasta-te sobre mim.

Das bringt sie weiter!***

Munster

Claro que com noites longas dias curtos, mas ainda vimos como seria esta bela cidade. Apesar de tudo foi a que mais me cativou, apesar de molhados depois de tanta e tanta e tanta e tanta neve. à noite tivemos com a amiga da Marta e da Diana, já não sei falar espanhol, está claro. Abrigámo-nos num bar quentinho sem consumir, fotos, o Tó a desejar bolachas de chocolate, o cansaço, o comboio que não existiu, o tÁxi e casa. Banhos, bocejos, as desejadas bolachas, horários de comboios, marcar despertadores, sem despedidas é mais fácil, ninguém nota. até já. Obrigada!

Das bringt sie weiter!**

Koln e Dusseldorf

Dormimos bem, acordámos a horas decentes e seguimos a rota planeada. As meninas madrileñas partiram nesta segunda, fiquei eu, a Marta, o Tó, a Diana, a Cácá e o anfitrião Pedro.

Eu peço desculpa por todo o azar que se deslocou comigo nesta viagem. Portanto, além do péssimo tempo consegui ir a Koln exactamente no dia em que todos os museus estavam fechados, vi a catedral vá lá, e salivei por entrar no museu Ludwig. Eles comeram bolas de Berlim com recheio de framboesa e aquelas coisas tipicas que já não sei como se chamam. Entrámos em lojas de Carnaval caras roubámos chocolates e maquilhagem no supermercado, ficámos rabugentos de fome e de cansaço, andámos à procura do museu do Carnaval, aturámos as birras uns dos outros, revimos o Reno, tirámos fotos, comprámos vinho espanhol porque já não se suportava a cerveja, andámos com garrafas e massa nos comboios, ouvimos todo o caminho duas árabes a falar e tom estridente, falámos mal delas em voz alta, entrou um louco no comboio. adormecemos até, de novo, a Durtmond. Fizemos massa com 'cenas', eu e a Marta despachámos bem duas garrafas do viño, usámos o anti-olheiras roubado (até o Tó usou) as meninas puseram-se sexys e fomos pro barzinho underground onde a Cácá se fartou de cair, onde tirámos fotos parvas, onde bebemos cerveja a 50 centimos, onde falámos com estranhos, onde nos perdemos juntos na multidão.

Das bringt sie weiter!*

(continuação da viagem por terras alemãs...)

No domingo nevou, o céu não alterava aquela cor escura, um cinzento espesso que não se mexia. o quarto cheirava a 9 corpos, 5 deles no chão e a pés de Pedro (ahahah), os banhos de 9 pessoas, aliás 8 porque a Cácá já tinha tomado, demoraram eternidades. O Pedro alertou logo que ao domingo simplesmente bebe-se cerveja, mais que o costume porque as cidades ficam fantasmas, tudo fecha, as pessoas congelam se sairem. Morremos de fome, não havia uma migalha de bolacha em casa. Vi Durtmond fantasma, comemos no Mcdonalds (sobrevivi na Alemanha à conta de batatas fritas) e abrigámo-nos da hipotermia no Starbucks. A Diana e a Cácá viram neve pela primeira vez e foi complicado acalmar tal excitação. De facto até Viana do Castelo tem mais vida ao domingo, não fosse a santa hora das missas em cada esquina.

5, 6, 7 - três estranhos dias

Foi o dia 5,a festa de despedida, o atraso com as prendas, as fotos, as garrafas na mala, as lágrimas sempre no canto do olho. o pedro a cantar, os copos de vodka que enchemos na casa de banho. quinta-feira de millenium. abraços e abraços. nós

Foi o dia 6, dia de casaco a 10 euros, dia de fazer uma mala meia vazia, foi dia de ciao Emilie, Irish Pub, nós todos lá. foi dia de avistar caras novas e não apetecer ser simpática. foi mimar e mimar e rir de nervoso. foram fotos parvas na rua, uma e outra e outra. foi um ambiente estranho de risos que não eram risos. foram abraços apertados e mãos que não se largavam. "promete que não olhas para trás". e corri para não olhar. foi o livro no momento certo, o sol nasce sempre, nasce sempre, sempre.

Foi o dia 7, que foi apenas um apêndice de dia 6, visto que não houve noite dormida, foi só continuar. ir pela rua fora ainda de noite, comboio, atrasos, relógios do tempo. trocas. comboios comboios, Milão, bus, aeroporto, senhora indiana que me ofereceu pastilhas e me sorriu muito. obrigada senhora. precisava. cheguei sem me aperceber. frio, céu cinzento, 16.20. bus to Koln. será este? não sei, cansada de mais, pensamentos soltos, dispersos,
adormeci.
ninuém me telefona, não sei se estou no caminho certo.
adormeci.

Martinha!!!!!!!!!!!

sim estou quase a chegar, de repente são eles aqui comigo ou eu aqui com eles. Cácá, Marta, Tó, Diana, Pedro e a Lucy,aInês, Carla. já de noite, já 7 da tarde, vi o Reno nocturno e a catedral fechada, segunda volto a Koln. outro comboio, um bar engraçado. cerveja alemã, telefone estragado, buzz, música ao vivo. vão cantar, pá não, vá la, bora Cácá, pago outra cerveja. ok, somos erasmus, ninguém nos conhece, booooora!
solta-se o beijo, nao nos lembrámos de nada melhor. mas foi tão giro. para bailar la bamba...
cantorias na estação, atiraram-nos moedas, namorados a pedir musicas... a diana a cravar o senhor do quiosque... casa
o amigo do colega de quarto deitado no chão, a comunicação por bilhetes, barulho, o saco-cama e o chão, o conforto de vos sentir comigo

Dortmund

só para me localizar geograficamente. só para ter uma ideia.

de repente, em menos de 24h, despeço-me num lugar e reencontro-me noutro.

non c'è luce

Bologna Trapezista

Bologna assim assim, Bologna talvez, Bologna não sei, Bologna nublada, Bologna ir e vir, Bologna ficar, Bologna trapézio, Bologna esperar, Bologna recomeçada, Bologna incompleta, Bologna trapezista.

flashback

Benvenuto Timo

O jantar, nós os 4, Pedro, Ana, Timo, eu. faltaram os outros. os da casa. uma sopa verde, o nervosismo da prova, o arroz amarelo do Timo, o meu vinho e o da Ana e a cerveja deles. o jogo das personagens, post-it na testa, Popey, Marta Cunha, Ville Valo, Pavarotti, risos. BENVENUTO. uma vodka barata. risos risos. já fazes parte, já estás cá. uma bela festa para ti. gostei gostei gostei.
e hoje acordamos e há neve que não pára. Bologna nostálgica, dia preguiçoso. casa com restos de festa. greve na limpeza desta vez. recortes de conversas perdidas na noite.

Ladies Night

Ana
Vera
Marta
Carlota
Kalen
Eu



giras, sexys, bem dispostas, vestidos, fotos, po po pornoo, spice girls, videos, sopa com 2 igredientes, penaltys, tatuagens e promessas, piercings, ahahah, dançar, dançar, vinho, caminhadas, eu e a kalen no mcdonalds, patatine, um segredo, tenho de ir a casa, chaves, o millenium, música. pessoas que não via há muito tempo. sozinha de repente a dançar dançar. amigos. dançar dançar. voei. há noites em Bologna que esticam. era quase de dia



livres livres.
eramos nós despreocupadas, bem connosco, bem com o mundo