18 de julho de 2009

Tornata


Nos últimos dias vi desfocado, vi luzes oscilantes, olhei de frente o rosto de cada um, às vezes um aperto no coração e olhava para baixo, contava os quadrados escuros do passseios e só pisava os brancos. Não cheguei a provar o gelado da San Vitale, não me despedi do forno, não fui uma última vez beber birra de litro, não fiz aperitivo nem ouvi bossa nova. mas absorvi as luzes e os cheiros, a música de cada rua de Bologna, quando me apercebi fiquei furiosa, consegui por momentos sentir ciúme não sei do quê, raiva, tristeza e uma paralisia enorme. Tive medo e certeza ao mesmo tempo, antecipei saudades e chorei. Faltava menos de 24h para a partida. Estive anestesiada, um bebedo olhou para a minha mão e disse 'molto innamorata'. Pizzas dos paqui porque não houve aperitivo. Já ninguém tirou fotografias. Estive num meu mundo que não gostei. E depois não consegui esperar mais, só por ele. Fixei aquela coisinha verde no tecto de madeira e adormeci. Custou acordar, fechar a mala, os quatro num carro mais cheio que um camião. A guitarra, a mochila de campismo mais mil mochilas, 28,8kg, a TAP. Despedidas breves despedidas breves... tudo bom tudo bem tão muito. Respirar bem fundo, adormecer e ficar impaciente com 3h de viagem. Lisboa. 40min À espera das malas, corridas de carros no aeroporto, as famílias, nós a chegar juntas. Os girassóis que a Gui me deu. Uma entrevista daqui a 2h, fiquei. Sem Verão. Um passeio, mimo de mãe, pastel de nata, viagem para Viana, adormecer de mão dada. Viana cinzenta, Viana sol, procurar casa, preocupada, ainda não vi amigos, casa, o meu quarto, a mala ainda por arrumar, sempre desarrumada, sem número, mais ou menos, roda-viva, papéis, documentos, picas, sanguuuueeee, mais roupa para dar, bilhetes, postais, fotografias, já recordações.


O último mês que parece já longe - Viareggio Bologna

A fuga que correu mal, sozinha por um dia, Viareggio.

A Rute, a Sara e a Mary Joo numa visita de médico que em vez de matar deixou mais saudades... Despedidas, últimos dias, malas, encomendas, filas nos correios, calor ridículo, os poucos que restavam, os abraços, e de repente apercebi-me. Foto espontânea!




O último mês que parece já longe - Portugal




Mostrar Portugal em 6 dias com 3 dias de surpresa familiar, uma dormida no chão de Barcelona, passeio de barco, francesinhas e Super Bock, espectáculo da mana, Porto, Braga, Viana, Gerês, Lisboa, voo quase perdido e Bologna.












13 de julho de 2009




A tesoura mágica e o corte fantástico, A Emma foi viajar, o Nuno voltou para Portugal, combinações de jantares e fins-de-semana de finalistas, Bologna vazia, eu a acampar, tentativas de levar tudo, muita roupa para dar, tudo a ficar pequenino e reduzido, eu a ficar pequenina e reduzida, ecos do futuro, finalmente lavoro trovato, a família a contar os dias, eu a agarrar pedaços de momentos, sonhos deste ano, o que dei/recebi, feedback, como será, tudo muito rápido sem tempo de balanço é chegar e começar, é ver a família de raspão, é já ter saudades desta Bologna desaconchegada, quero levar o meu vestido de princesa, enviar caixas amarelas com tralha, é ter de esticar a cabeça e pensar já em tudo muito rápido muito rápido, Viareggio e a praia frustrada, o tarado atrás de mim e um medo horrível, a casinha do maquinista do comboio, a despedida da Montagnola, a Rute, a Sara e a Mary Joo, as nossas pinderiquices, a bicicleta às costas da Maria Joana, os cereais com nutella que não vou provar, arranjar casa em Lisboa, o último verão que já passou e eu não sabia, ficar grande de repente, as despedidas da Osteria dell'Orsa, o calor insuportável de Bologna, o concerto de música clássica visto lá do alto, sítios revisitados, Belmeloro, quero ainda ir ao forno, quero spritz e restaurante greco, quero continuar a aportuguesar expressões e palavras italianas, dizer pagado e chamar em vez de ligar. Bologna...




8 de julho de 2009

Circulos





Fui mostrar Portugal.

vi amigos, fui estrangeira no meu pais, fiquei maravilhada a tirar fotografias até tropeçar, andei de barco, bebi muita Super Bock e Vinho do Porto, provei Francesinha vegetariana, andei numa roda-viva, fizemos uma surpresa, folheàmos albuns antigos, o meu computador morreu e este nao tem acentos, enviei um dos ultimos trabalhos sem o reler, falta-me outro e acabo o curso. ahahah. Portugal deu-me saudades e abraços de raspao que me fazem falta. Vem e vao despedidas e vou ficando, ja falta tao pouco. é o coraçao apertado e a incògnita do futuro, é sò poder estar perto, é mover o mundo para fazer funcionar. E vai.