3 de maio de 2009

Dia da Mãe



Podia ter sido ontem ou ser só amanhã, ainda não falei contigo hoje. Podíamos ir dar uma volta as duas sem relógios nem telemóveis, fazemo-nos falta mesmo que seja só para me dizeres que sou mesmo filha do pai ou para eu te dizer que não percebes nada, não me lembro de te ver despreocupada. Agora tenho esta coisa de me sentir mais amiga, irmã, quase mãe às vezes do que filha, talvez seja síndrome de crescimento de maiores de 18 ou a tua evasão mental na vida dos outros que me anda a preocupar. Gostava de te poder coçar as costas, talvez depois te pedisse também. Queria ver o ramo de orquídeas que recebes sempre, talvez uma prenda do Tiago que ele magicou e o presente que certamente a Gui andou a fazer durante toda a semana na escola, guardado num sítio secreto lá em casa e ainda as flores que ela colheu no jardim. Faz-me impressão que o dia da Mãe seja no dia 3, por isso é que nunca sei ao certo. Devia ser num número mais suave, mais meigo, mais sorridente, mais presente, mais feito para ti. Não gosto muito do número 3 sozinho. Podia ter sido ontem ou ser só amanhã, se calhar nem consigo falar contigo hoje. Podias vir estudar comigo, ou fazer qualquer coisa ao pé de mim enquanto estudo, às vezes faço o pino contra a parede quando já estou a ficar maluca de estudar e tu riste-te. Não percebes nada da minha letra, de facto pouca gente percebe alguma coisa, nem mesmo eu percebo grande coisa, portanto deixo-te um bilhete escrito no ar com beijinhos e coçadelas de costas.

PS Ah! fizeste caracóis??

Tata

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