Balançini 'retrasado'

Uma semana, um dia e mais umas horinhas de estadia.

A aventura erásmica, oficial, começou na 5a. Dar um passo em Bologna é fazer parte de um pedaço de magia.

São os passeios à luz do dia, são as pessoas que conhecemos em cada instante, são os recantos que descobrimos e os que nos mostram, são as Martas, os Nunos, os Pedros, os Tiagos, a Sofia, a Lídia, a Daphne, o André, os Felipes, o Flávio, o Samuel, o Stefano, a Sara e os outros mil que não me lembro ou não sei escrever, é a Via Zamboni e a Piazza Maggiore, a biblioteca maravilhosa que nos prende, foi a welcome party numa esquina de um barigreja e a caipirinha esquecida , foi o jantar do Nuno e a polícia a vir à porta, são as tentativas frustradas de arranhar o italiano, são os loucos de Bologna nas ruas nuas de gente, é falar português do Brasil, é dizer 'entendo' em vez de 'perceber', 'vamo pegar o onibus?', são as conversas perdidas e encontradas nos passeios, é o quarto com malas por desfazer, é o desespero de não ter casa, é inspirar sonhos, são as saudades que deixam um espaço oco, é a parvoíce e a guitarra a tocar numa roda, é o jardim, foi o calor insuportável, o acordar numa poça de suor, o melhor almoço brasileiro e o chão mais confortável pra uma sesta, singola, sou eu a dizer 'ACREDITO', são os pés sujos, cortados e com bolhas, é o bronze a despedir-se, são as noites mal dormidas, as malas por desfazer, o tecto por encontrar, é o estar aqui e perto na mesma, deitar e sentar no chão quando calhar, são as palavras que não chegam para agradecer ao Andrea, são os pássaros já a cantar, os carros que não páram em passadeiras, as bicicletas, as igrejas e as velas, inspiram-se excertos de arte e de ser humano, são os degraus da torre e a paisagem e as cores e eu aqui. convosco, contigo

acredito, acredito, acredito!